Lembranças boas, lembranças ruins.

Foram três dias que abalaram o mundo naquele fatídico fim de semana, quando se chega o aniversário da morte do Senna, só se fala disso... alguns até esquecem que o Ratzemberg também morreu naquele fim de semana, ou que poderia ter sido três mortes, já que o acidente do Rubens Barrichello, plasticamente, foi o mais impactante dos três... Bom, a respeito desta data não estou a fim de falar da morte do Senna, do acidente. Chega de lembranças ruins! Hoje, quero lembrar do cara (que apesar de não ter acompanhado a sua carreira, reconheço a sua importância no cenário da Fórmula 1 e que virou mito, assim como Villeneuve, Clark, entre outros), em momentos em que o tornou herói de uma nação. Deixo aqui, hoje, apenas lembranças boas.... E lembrando uma música do Renato Russo: "É tão estranho, os bons morrem jovens, assim parece ser, quando me lembro de você, que acabou indo embora cedo demais"

O fiel escudeiro

Muito se fala em pilotos escudeiros, aquele fiel companheiro que auxilia o piloto principal em busca do campeonato, mas ninguém merece mais este título do que Francois Cevert, fiel escudeiro de Jackie Stewart, na Tyrrell no começo dos anos 70. Até hoje é considerado uma das duplas de maior sucesso na Fórmula 1.

Francois Cevert era um piloto de técnica apurada e de grande carisma fora das pistas (considerado um galã). O francês teve uma trajetória rápida na Fórmula 1, porém marcante. Chegou a ser considerado por muitos um futuro campeão. As chances estavam a favor de Cevert, de fiel escudeiro passaria a piloto principal no ano seguinte, já que Stewart se aposentaria após a ultima prova do ano em Watkins Glen. Quis o destino que esta pista foi palco de sua única vitória em 1971 e dois anos mais tarde de sua morte. Cevert teve sua carreira encerrada em um brutal acidente nos treinos para o GP dos Estados Unidos em 1973.

Francois Cevert

1971

Watkins Glen, 1971

Comemorando sua única vitória em 1971 (Watkins Glen)

1972

Cevert em Mônaco 1973

Cevert em Watkins Glen momentos antes do acidente fatal

Peterson X Depallier - uma das melhores últimas voltas de todos os tempos

Quando se fala de voltas finais impressionantes de corridas de Fórmula 1, a primeira imagem que se vem a cabeça é a Renault de Arnoux e a Ferrari de Villeneuve disputando em Dijon em 1979. O que poucos lembram foi o final do Grande Prêmio da África do Sul em Kyalami em 1978. Em uma prova cheia de alternativas, onde havia inclusive a possibilidade de que Patrese vencesse com uma Arrows praticamente estreante (mas isso é uma outra história que conto depois), Depallier rumava para a sua primeira vitória, quando o Sueco Ronnie Peterson em sua Lotus começa a persegui-lo. Peterson tenta de todas as maneiras ultrapassar Depallier, que se defende como pode. A três curvas do fim, nos Ss (esses) que antecedem a subida para a reta, o sueco finalmente consegue a ultrapassagem sobre o francês e vence a corrida.

Acompanhe esta disputa aqui.

Estas são algumas fotos deste dois grandes pilotos em Kyalami.

Peterson e sua Lotus

Depallier e sua Tyrrell

Outro alemão bom de chuva

Em Mônaco em 1984, muito se falou de um novato brasileiro (Ayrton Senna) que mostrou muita técnica debaixo da chuva e que só não venceu a corrida porque o diretor de prova (Ickx) interrompeu o GP. Mas muitos se esquecem que um alemão, pilotando uma Tyrrell, estava se saindo muito bem, e que se a prova continuasse, talvez até o brasileiro fosse deixado para trás. Este alemão, Stefan Bellof, era uma grande promessa da Formula 1 e fez uma grande prova naquele dia, terminando em 3º lugar....

Bellof faleceu um ano depois em um acidente em um campeonato de protótipos.

Em um 21 de abril.....

O 21 de abril é um feriado nacional, Dia de Tiradentes. Só que esta data também entrou para a história da Fórmula 1, como o dia da primeira vitória de Ayrton Senna.

Em 21 de abril de 1985, um dia chuvoso em Estoril (GP de Portugal), o jovem piloto Ayrton Senna a bordo de sua Lotus, ocupando a pole position larga para o que seria a sua primeira vitória. Foi uma corrida dominada de ponta a ponta, inclusive com direito a volta mais rápida. Não pode-se dizer que foi uma prova impressionante com manobras ousadas e grandes ultrapassagens, mas fica marcada por ter sido a primeira das muitas vitórias de um herói nacional na categoria.

E nasce uma lenda....

Esta semana por ser minha estréia em um blog, decidi publicar outras estréias também... já publiquei como foi a estréia da equipe Renault. Hoje publico a estréia de um piloto que se tornou tetra campeão: Alain Prost

Alain Marie Pascal Prost ou simplesmente Alain Prost, piloto francês, é considerado um dos pilotos mais bem sucedidos de todos os tempos. Sua carreira tem números realmente expressivos: 51 vitória, 106 pódios, 33 pole-position, 41 voltas mais rápida e 4 títulos mundiais (1985, 1986, 1989 e 1993).

A carreira deste francês na Fórmula 1  iniciou em 13 de janeiro de 1980, no circuito de Buenos Aires. Alain Prost pilotava uma McLaren. Conseguiu uma 12ª posição no grid e em uma ótima prova terminou em 6º lugar (logo na sua primeira corrida já conquistava pontos). Nascia ali, uma das lendas da Fórmula 1....

O início do motor turbo.....

Os anos 70 foram marcados por muitas revoluções na Formula 1. Apareceu de tudo o que se pode imaginar, carro de seis rodas, carro com ventiladores, carros com tomadas de ar gigantescas e outros "apetrechos". Os anos 70 também marca a entrada do motor turbo na categoria. A equipe francesa Renault estréia na Fórmula 1 equipada com um motor turbo. (Só pra entender, o motor turbo aproveita o ar que sai da válvula de escape do motor para girar uma turbina, que, por sua vez, gira uma hélice do outro lado do equipamento, que suga o ar do ambiente. O ar puxado pela hélice vai para um compressor, que abastece a válvula de admissão com ar comprimido. Em cada ciclo do motor entra mais oxigênio e combustível na câmara, gerando uma explosão mais poderosa, e logo, mais potência.) Ao logo de 1976 foram realizados vários testes com o carro. Em um deles o piloto francês Jean-Pierre Jabouille chegou a comentar "Este carro nunca correrá." Em 16 de Julho de 1977, estréia o RS01 em Silverstone. O carro além de ser equipado pelo motor turbo, também utilizava os pneus Radial da Michelin (outra estreante). Uma equipe 100% francesa (motor, pneus e piloto). Aliás, coube à Jabouille (o piloto engenheiro) a missão de conduzir o carro.

Foram 5 provas em 1977 e nenhum ponto.

Estréia em Silverstone (GP da Inglaterra)  (grid: 21º e na corrida, abandonou após 16 voltas com problemas no turbo)

A equipe não correu nem em Hockenheimring (GP da Alemanha) e nem em Osterreichring (GP da Austria)

GP da Hollanda (Zandvoort) (grid: 10º e na corrida, abandonou após 39 voltas com problemas na suspensão)

GP da Itália (Monza) (grid: 20º e na corrida, abandonou após 23 voltas com problemas de motor)

GP dos EUA (Watkins Glen) (grid: 14º e na corrida, abandonou após 30 voltas com problemas no alternador)

GP do Canada (Mosport) (Não conseguiu se classificar)

O começo

O começo é sempre mais difícil. Há milhares de blog sobre automobilismo. Alguns de tão maravilhosos, serviram de inspiração para este.

Um dia me dei conta da infinidade de fotos que fui acumulando ao longo de minha vida. A maior parte são de anos que não vivi, mas cuja história tem me encantado e me levou a desenvolver este vicio.

O que eu queria era desenvolver um blog parecido com os que eu tanto admiro e contar um pouco da história da Fórmula 1 em fotos.